domingo, 31 de julho de 2011

Conceitos relacionados a gênero e raça, os quais estão interligados a temática violência

Em nossa sociedade, as desigualdades entre homens e mulheres são fortemente atribuídas às distinções de sexo, com evidentes conotações biológicas. Assim, sexo remete às diferenças físicas entre homens e mulheres. Todos nascemos com algumas características que são específicas para homens e para mulheres; um exemplo é a capacidade das mulheres de procriar e amamentar. Muitas vezes essas características distintas são usadas pelos indivíduos na construção de um conjunto de representações sociais e culturais, valores e atribuições sociais. Isso é o que chamamos de gênero.
O gênero começou a ser utilizado como uma maneira de se referir à organização social entre os sexos, de insistir no caráter fundamentalmente social das distinções baseadas sobre o corpo, e de destacar o caráter relacional das definições normativas da feminilidade e da masculinidade, isto é, mulheres e homens passam a ser definidos em termos recíprocos. Gênero remete, portanto, a uma tentativa de incorporar, na análise, aspectos que são socialmente construídos, observando que cada cultura define o que é masculino e feminino. Ou seja, trata-se de definições mutáveis, que podem e, por vezes, devem ser alteradas. (VIANA; RIDENTI, 1998, pp. 96-97)

De acordo com as autoras a terminologia gênero surgiu como uma nova maneira de classificar ou diferenciar homem e mulher, dentro de uma perspectiva social dependendo da cultura e contexto.

RAÇA, UM CONCEITO AMBÍGUO

A história da humanidade confirma a inconsistência da noção de raça pura. Misturas biológicas são a constante. Do ponto de vista da genética, não existe raça branca ou negra. Não existe raça ariana ou latina. Também não existe raça brasileira. Os povos nunca cessaram de se misturar uns aos outros. Daí a evidente diversidade dos tipos físicos que formam a população mundial”. (D'ADESKY, 2001, p.45)

            Assim sendo, a distinção de raças foi um mito criado pela humanidade no contexto social, o uso do termo pode ser atribuído a uma forma de seleção. Dentro da visão da genética conclui-se que existe uma única raça, a raça humana, formada por indivíduos que diferem entre si.

A ideia de que existem várias raças está, portanto, muito arraigada entre nós. Entretanto, a própria palavra raça encerra vários significados diferentes, o que acaba gerando confusão e alimentando preconceitos e estereótipos. Se recorremos ao dicionário, por exemplo, encontraremos várias definições como:

“Conjunto de indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como a cor da pele, a conformação do crânio e do rosto, o tipo de cabelo, etc., são semelhantes e se transmitem por hereditariedade, embora variem de indivíduo para indivíduo”.  (BORGES; MEDEIROS; D'ADESKY, 2002, p.43)
            Baseado nas afirmações do autor raça pode ter significados diferentes gerando confusões e preconceitos que vão sendo agregados as culturas e costumes.


·         O CONCEITO DE VIOLÊNCIA

Violência, termo aberto aos contenciosos teóricos e às disputas de significado, implica o reconhecimento social (não apenas legal) de que certos atos constituem abuso, o que exige decifrar dinâmicas conflitivas que supõem processos interativos atravessados por posições de poder desiguais entre os envolvidos. As violências evocam uma dimensão relacional que, segundo Foucault, estão longe de serem resolvidas pela esfera jurídica, pois tal instância, mesmo tendo como objetivo a justiça para todos, cria, produz e reproduz desigualdades. (DEBERT; GREGORI, 2008, p.176)

A superação da violência não esta restrita ao amparo legal, mas abrange o envolvimento social, o reconhecimento que o ato de violência não limita-se a agressões físicas, mas abusos, criação de esteriótipos, ou seja todas as ações de cunho pejorativo que causam danos ao outro. A indiferença da sociedade em não assumir uma postura de enfrentamento diante dos problemas sociais contribui para o agravamento da situação.
“O combate à violência é parte de um contexto onde há um clamor social intenso tornando necessária implementação de uma série de ações governamentais voltadas à solução desse problema, é óbvio que a vontade política e social é o ponto de partida dessa luta.” ( L'APICCIRELLA, 2003, p.1)
Embora a promoção de segurança seja dever do estado em primeira instância, é a partir da parceria da sociedade civil, que a formulação de ações positivas no combate a violência se concretizam.

 ·         O CONCEITO DE SEGURANÇA

Numa sociedade em que se exerce democracia plena, a segurança pública garante a proteção dos direitos individuais e assegura o pleno exercício da cidadania. Neste sentido, a segurança não se contrapõe à liberdade e é condição para o seu exercício, fazendo parte de uma das inúmeras e complexas vias por onde trafega a qualidade de vida dos cidadãos. (L'APICCIRELLA, 2003, p.1)

Além dos direitos civis é necessário um respaldo através de mecanismos que efetivem na prática o exercício desses direitos. A segurança é a garantia da consumação de direitos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES, Edson. Racismo, preconceito e intolerância / Edson Borges, Carlos Alberto Medeiros, Jacques d'Adesky; coordenação Wanderley Loconte. São Paulo: Atual, 2002.- (Espaço & debate) pp. 43-44-48

D'ADESKY, Jacques. Pluralismo Étnico e Multiculturalismo: Racismos e Anti-Racismos no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, 2001. Capítulo I, pp. 45-46.

DEBERT, G. G.; GREGORI, Maria Filomena. Violência e Gênero: novas propostas, velhos dilemas. Revista Brasileira de Ciências Sociais – Vol. 23 Nº 66 São Paulo fevereiro/ 2008. pp. 166-168-176.
VIANA, C. & Ridenti, S. Relações de gênero e escola: das diferenças ao preconceito. In: AQUINO, Julio Groppa (Org). Diferenças e preconceitos na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998. pp. 93-105.

L'APICCIRELLA, Carlos Fernando Priolli. São Carlos. Segurança Pública. Revista Eletrônica de Ciências – Número 20 – junho de 2003. Disponível em: http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_20/seguranca.html>.

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