terça-feira, 19 de julho de 2011

Situação do Cotidiano

 
Tendo como base uma análise do sistema penitenciário, é possível ir de encontro a relatos de diversos tipos de discriminação, sendo esse sistema muitas vezes considerado perverso. Vale ressaltar que a maior parte das pessoas que se encontram privadas de liberdade são negras, com ínfimo nível de escolaridade e em situação de vulnerabilidade econômica.
Tais indivíduos muitas vezes sofreram algum tipo de rejeição ou foram privados do acesso às políticas públicas, enfim, são diversos fatores que precisam ser considerados, na qual se torna importante refletir sobre suas histórias, pois muitos viveram à margem dos direitos humanos, acrescendo assim, a estatística dos excluídos. Vale analisar que os que hoje se encontram presos retornarão para a sociedade, essa mesma que discrimina e prefere não deparar-se com sua própria realidade.
Diante disso, a tentativa é de levar os envolvidos a refletirem sobre as situações discriminatórias ao qual foram submetidos para que possam deixar de ocupar o lugar de vítima da situação para o de protagonista de suas próprias vidas. Sabe-se que não é uma tarefa simples, pois a desconstrução geralmente é mais enraizada que o processo de construção, mas não se pode afirmar ser impossível.
Paulo César Carbonari, no artigo Educação em Direitos Humanos: Afinal, de que se trata e por quê fazê-la? defende a ideia de que não basta saber que existem negros, pessoas com deficiência, homossexuais, mulheres, indígenas; é preciso também compreender o que os faz diferentes uns dos outros e, mais do que isso, que a diferença nunca pode ser motivo de desigualdade, a fim de traduzir tudo isso em postura, atitude e em ações concretas.
Embora ainda nos deparemos com um cenário onde uns defendem a igualdade e outros preferem não reconhecer a sua existência, é possível perceber que estamos avançando na trajetória pela luta da igualdade, tanto de raça, quanto de gênero.

                                                                                                                                    Mery Helen Buzatto

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